quarta-feira, 21 de setembro de 2011

A chuva



Talvez quem saiba, eu encontre no amanhã, vestígios do que se concretizou no passado e por muito vi acontecer. E que nesse futuro tão distante e incerto eu encontre também você, que sempre me fecha as janelas, mas deixa frestas para me ver passar em frente a tua casa.
A casa que abrange a desordem, e não tem teto depois daquele dia em que eu parti. Desde então, a chuva da solidão te molha todas as noites quando tu encostas teu rosto no travesseiro, e se recorda de como nós éramos imperfeitos juntos e tenta entender o porquê de tanto amor sentir. Saibas que infeliz vou levando, observando chuva pós chuva, sabendo que não sou mais o centro do teu mundo. Não é mais em mim em quem tu pensas quando o céu tarda. Não é por mim que tu desejas quando olha as estrelas. E desde quando eu parti, nada mais sentido faz, até o que foi bom antes hoje já não é mais e eu já não sei mais o que pretendo por aqui. Na tua frente, dilacerada tentando-o fazer entender que voltar é perder tempo, pior é longe de você e no final quem não entende sou eu.
- Faça parar chover aqui dentro! Ordenou!
Quanto mais chove mais inundada de saudade e impura fica e logo já não será mais o que um dia era. Eu só peço-te, que pelo amor de Deus faça parar chover, pois preciso reconstruir meus caminhos e a chuva lá fora não me deixa sair de dentro deste meu passado, e vai levando tudo que encontra pela frente. Casos, amores ou mesmo só mais uns que tentam se infiltrar nessa minha masmorra trancada com mil cadeados, possuindo a chave de cada um deles. Mas, a tempestade em cima de mim não permite libertar-me e eu morro de medo do lado de fora, mas morro de tristeza pelo lado de dentro quando procuro em mim e não acho se quer um vestígio seu.

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