terça-feira, 9 de julho de 2013

Esperou (quase) três longos anos. Desde a primeira vez que colocou seus pés no mesmo ambiente que ele, soube que haveria algo a mais. E quando houve e parecia ter chegado ao fim, sabia que aquele não era o final. Esperou todos os dias como quem espera alguém que diz “Até logo" e não “Adeus" como quem diz que volta, como alguém que não segue em frente como seguiu. Ela esperou. 730 dias, 729, 728, tic-tac, tic-tac. Não se sabe ao certo se ela morreria ali esperando se ele não voltasse, ou se alguém por ventura a levaria consigo e a faria esquecer, mas não aconteceu. Ele por fim cansou-se de sua nova história, e optou por tentar recomeçar a sua anterior, enquanto ela que vivia de perfumes e amores nunca se apegou a nenhum, aceitou por fim recomeçar. Deus, como era bom sentir aquele frio na barriga de revê-lo depois de tanto tempo! Quando ele apareceu, ela o esperava no ponto pensando nas milhares de formas de cumprimenta-lo. O que dizer? o que fazer? Aonde ir? Deusssssss! Quantas dúvidas cabem no espaço de tempo! Quanto sentimento que parecia exausto de tanto esperar e estava apenas adormecido. Eles caminhavam como dois estranhos conhecidos, caminhavam um ao lado do outro na mesma calçada, mas havia um abismo entre os dois. Tanta coisa inacabada, tantas palavras não ditas, tantas dúvidas não esclarecidas, tantas curiosidades. Parecia um sonho. Sair da casa dele as 20h00 de mãos dadas depois de passar uma tarde inteira curando nossos corações tão carentes de nós mesmos, tão cheios de “E se?" se recorda de caminhar pela rua escura, dando risada das coisas que ele contava, era como se estivesse conhecendo-o novamente. Mandava-lhe recadinhos em corações, chocolates e beijos. Ficava até as 03h00 tentando despedir-se mas era tanto a dizer que somente um “Boa noite, amor! Já estou com saudades" jamais seria suficiente. Ele tinha manias tão irritantemente agradáveis e únicas que enchia o coração dela de orgulho só de pensar na sorte que possuía. E não haveria uma forma mais pura de mostrar sem dizer alguma palavra a ele, como ela se sentia orgulhosa e feliz por te-lo, se não dando a ele seu bem mais precioso, e assim foi. Ele havia mudado! Ele havia mudado pra melhor! Ou talvez não. De repente o tempo fechou, os pássaros todos voaram pra longe e nesse amor todo começou a chover a maior tempestade de todos os tempos! Chorava e desejava morrer a pensar que ele havia mentido novamente! Se faria coisas ruins a seu coração, por que então resolveu voltar? Seu amor era tanto que mesmo enxergando tudo o que ali acontecia, deixou vigorar o que tinham combinado recomeçar. Fraquejou, quase desistiu, quase optou por vingar-se, mas Graças a Deus desistiu mesmo foi da vingança. Mas, se não queria mesmo magoa-la por que então optou por cheirar outra flor? Uma flor antiga, que já conhecia o aroma. Por que, então? Dói incessantemente imagina-lo fazendo isso, dói mais do que todas as vezes que o viu fazer isso anteriormente. Dói porque agora ela sentia que ele era dela. Ela era dele. Ela tinha deixado ele sentir seu aroma, por que então ele quis sentir o da outra flor? Dói, dói e dói. Quis por fim desistir de ouvir outros jardineiros, a outra flor e tantos outros, pois queria ouvir somente a ele. Tudo que queria no final era te-lo como vinha tendo, porque o que tinham era tudo que ela sempre sonhou que tivessem. Talvez sua espécie de flor não seja representação de pureza e inocência, mas ainda sim era uma flor com aroma agradável e linda. Sabia que poderia transformar a vida dele com a sua beleza, e apostava nisso, mesmo ele tendo feito o que fez. Perdoar é divino, e talvez o amor mesmo cansado, arranje forças para sempre um “a mais" ou talvez o amor que pertence a ela seja assim. Voltaram a caminhar um ao lado do outro na mesma calçada, mas novamente havia um abismo de coisas não esclarecidas entre eles. Talvez só amor não seja suficiente, talvez amar seja algo tão doloroso e mesmo assim não abrimos mão porque mais doloroso e não ter quem amamos. Talvez nós sejamos a história que li aos 11 anos de idade de dois porcos espinhos que sentiam frio, mas quando abraçavam-se para aquecer um ao outro se machucavam com seus espinhos e sangravam. Talvez você seja meu porco espinho. Talvez eu seja o seu. Talvez eu tenha feito você sangrar quando o que eu mais quis era te abraçar forte, mas eu também estou sangrando e não sei por quanto tempo mais irei sangrar.

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